domingo, 17 de julho de 2011

Um beijo seu 

 Fico aqui
Querendo
Correndo
Ardendo.
De amor ou
Saudade
Sem dor
A verdade.
O nó
Na garganta
Que canta
Seu nome
Se desfaz
Em lágrimas
tantas
E eu fico
Aqui
Esperando

quinta-feira, 14 de julho de 2011

COMUNHÃO

  

Eu,
Ajeito meu cabelo
Em desalinho
Você,
Beija meu lábios com carinho
Um tanto afoito
Nós,
Conseguimos ocultar nossos desejos
Por segundos
Acalmar nossos corpos com
Nossa paixão
Abafei meus gemidos
Com sua boca
Prolongando, meu prazer
A sua mão
Reacende, o fogo
Fazer amor para nós
É só um jogo
E nosso sexo não é pecado
É comunhão!

Lina da Silva


quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Preço da Lotação



Eles sonhavam com um filho.
Quando Joana engravidou foi uma festa. Nada mais para Marcos era tão importante quanto o bebê que esperavam.
O Paranaense esporte clube passou para segundo plano, ocupando o lugar de mulher, a Joana. O que para ela era uma alegria, pois quando o conheceu estava com certeza em terceiro, já que ocupava o segundo lugar depois do time do coração, era a mãe de Marcos, a Dona Fiorentina.
Marcos é dono de uma agência de carros, no Paraná, daí.
Joana após se casar com Marcos abandonou o seu primeiro e único emprego, no consultório do Dr. Frederico Mendes Del Rio. Marcos mesmo sentindo-se bem fazia visitas ao médico, apenas para vê-la. Para ela uma tremenda burrada, pois Joana estava noiva de um rapaz que conhecera ainda menina, o Manuelton e foi prometida a ele para casamento por conta da ajuda que a mãe do rapaz ofereceu a mãe de Joana quando ela nasceu, com problemas respiratórios. Coisa que nos dias de hoje não é diferencial pra ninguém, dado a pureza dor ar do Planeta.
Certo dia Marcos a surpreendeu com um convite.
Joana, é seu nome, certo?!
_ Go, Gostaria de convidá-la para jantar. Perto de minha casa tem o “sujinho”, daí (o espanto ficou aparente no rosto de Joana). E Marcos custou mas completou.
_ A pastelaria do meu amigo, o Japa.
Até hoje, sete anos depois, Joana ainda não encontra explicação para ter aceito tal convite. Mas, sem dúvida fez a escolha para a felicidade.
Para Marcos a felicidade só será completa quando tiverem um filho.
No entanto, sempre diz para Joana que o sexo do bebê não faz diferença, mas no fundo deseja um menino. Sonha com um garoto para jogarem bola nos fins de semana, brincar de carrinho de controle remoto, ir aos jogos do Paranaense, daí. E no futuro ajudá-lo a administrar seus negócios, a agência de carros ia muito bem e pensava em abrir uma filial.
O bebê nasceu, um garotinho lindo...A felicidade do pai parecia completa. Joana e Marcos planejaram nestes sete anos tudo que queriam oferecer ao filho, mas se esqueceram do nome. Na correria, tantas as emoções do momento, um desejou homenagear o outro, foi uma briga só.
_ Será João! Dizia Marcos.
_ Será Marcos, Juninho! Dizia Joana.
Enfim, Jomar (Jomarzinho é assim que chamam a criança).
No sexto aniversário de Jomar a mãe fez uma festa diferente (surpresa) no Shopping Palladium, na praça de alimentação, com a família e os amigos de Jomar. Mas, com tudo combinado, uma surpresa para a mãe. Seu carro, quebrou. Tiveram que andar até a avenida e pegar uma lotação. Joana já se consumia em irritação, odiava chegar atrasada.  Jomarzinho derretia de calor, até cheiravam mau.
Enquanto ela pensava: Que merda de carro tinha que quebrar justo hoje, que ódio...daí.
Mas, para Jomarzinho, a festa acabara de começar. Entraram na lotação. A cada pulo de lombada, avanço de sinal vermelho, curvas aceleradas e as fechadas que o perueiro dava nos carros, a criança dava gargalhadas, imaginava como se estivesse num parque de diversões.
A mãe estava horrorizada! Que falta de respeito, de responsabilidade, tem crianças dentro dessa lotação. Dizia ela a moça que estava sentada do seu lado.
A moça, já não sabia se o que a incomodava mais, se eram as reclamações ou o mau cheiro de Joana e Jomarzinho. Uma mistura de suor e muito perfume.
Quando chegaram ao destino, Joana sentiu-se aliviada. A raiva passou por perceber que o importante é que estavam bem, apesar do cheiro, que nem ela agüentava mais. Tomou um banho rápido ali na pia do banheiro do shopping mesmo, para disfarçar o mau odor.
A festa foi maravilhosa, para os convidados, pois Jomarzinho só queria voltar para a lotação e correr todos aqueles riscos de novo. Todos os dias depois daquela festa pedia a mãe para levá-lo para dar voltas de lotação.
_ Só uma vez mamãezinha! Dizia o menino.
A resposta era sempre a mesma, NÃO!
Jomarzinho, sonhava com aquele dia. Contava várias e várias vezes às mesmas pessoas, parecia não ter mais nada importante na vida. 
Ninguém agüentava mais!
Hoje Jomar faz dezoito anos, seu pai deu à ele um carro e uma vaga de emprego na agência. Quem sabe começa a se interessar pelos negócios, pensou Marcos.
Jomar, surpreendeu o pai numa noite dessas na hora do jantar.
Amanhã começo a trabalhar, a felicidade estampou-se nos rostos dos pais. Mas, logo acabou quando Jomar, disse:
Vou trabalhar de cobrador de perua de lotação!
O pai gritou:
_ NÂO, NUNCA, eu não gastei tanto dinheiro com você pra isto, seu moleque.
A mãe chorava em silêncio. Pensando: quanto desgosto, o que eu vou dizer as minhas amigas, a minha mãe, aos vizinhos...
Cinco anos depois Jomar foi promovido. Motorista de perua de lotação. Sonho realizado!
Agora independente! Morava quase sozinho. Se sustentava e sustentava também Maria Ellen. Uma menina de dezesseis anos que conheceu na peru. Parecia, uma loucura, mas estava apaixonado e feliz.
Seus pais resolveram ter outro filho, quem sabe esse realizasse os sonhos que o primogênito não quis.
Nasceu. Marjore, uma menininha linda. 
E os sonhos renasceram nas mentes e nos corações de Marcos e Joana.
Quinze anos se passaram... E imagine quem é a mais nova cobradora de Jomarzinho.